terça-feira, 25 de setembro de 2012

PERMANEÇA EM DEUS




Conteúdo enviado pelo internauta Rodrigo Stankevicz
Um dia desses recordava um episódio pelo qual passei em minha adolescência. Um deserto espiritual. Mas o que vem a ser um deserto espiritual? Quando aconteceu também não sabia, descobri somente mais tarde.
Depois de alguns anos caminhando no Senhor, experimentando um fogo interior, sentindo na pele os efeitos da graça de Deus, senti o fogo tornar-se cinza, e os sentimento extenuarem-se, não sabia que a fé não é sentimento, mas adesão à pessoa de Cristo.
Participava da Santa Missa sem vontade, na homilia eu dormia. No grupo de oração não era mais a mesma coisa, os arrepios, o choro, o fogo interior. As forças para caminhar no Senhor esvaiam-se gradativamente, a “graça” tornou-se “raça”, nada mais fazia sentido para mim, nem “a trilha sonora da minha vida” me emocionava, as dúvidas tomaram minha alma. Examinei, pois, se não era tibieza de minha parte, ou se cometi algum pecado grave que me distanciou da graça de Deus, confessei-me para garantir. Mas mesmo assim nada mudou, humanamente falando.
Contudo, não me dei por vencido, pensava constantemente “no primeiro amor”, a minha primeira experiência com o amor de Deus. Percebi, não muito claramente, que Jesus queria comunicar-me algo, em meio àquela aridez, então resisti e permaneci em Deus, pois quanto mais a madrugada avançava, mais próximo da luz da aurora me sentia.
Num contexto diferente, podemos interpretar a passagem: “Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus“, (Marcos 12, 17), de uma forma diferente,no meu caso subjetivamente. Assim sendo, em qualquer fase de nossa vida precisamos dar a Deus o que é de Deus.
“Permaneça em Deus, pois Ele sempre permanece em ti!”
Naquela situação, o que eu precisava entregar a Deus, era o tempo da missa dominical, o tempo do grupo de oração semanal, o tempo de minha oração pessoal. Ou seja o tempo reservado a Deus! Eu permaneci em Deus. Não mudei minha rotina por conta da aridez espiritual. Se eu deixasse aos poucos os momentos com o Senhor, hoje eu não estaria aqui testemunhando este acontecimento. Nada pode nos separar de Deus, do seu amor, nos recorda São Paulo, e ao mesmo tempo nos questiona: “Quem nos poderá separar do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada?” (Romanos 8,35). Poderíamos acrescentar, o “deserto espiritual?”, nossa resposta precisa ser com a vida, se permanecermos em Deus, Ele permanece em nós e, nos recompensará no tempo devido, basta a paciência.
Santa Teresa foi sábia ao dizer que “tudo passa, só Deus não muda” em sua oração. Toda aquela aridez passou, a adolescência também passou, tantas outras coisas passaram, Deus permaneceu e permanece até hoje em minha vida.
Com essas palavras convido você leitor, a refletir no que é “de Deus” em sua vida; o que você precisa dar a Ele, o que por direito lhe pertence. Sua oração pessoal; a Missa no domingo; o grupo jovem; o grupo de oração; o tempo com sua família? Não sei em qual dessas, ou outras opções você encaixa-se, você  sabe, por isso te recomendo permaneça Nele, custe o que custar, doa o que doer, um dia tudo vai passar e se tornará parte de sua história, e você também verá que Deus será o único a não passar.
Rodrigo Stankevicz


Poema:  PERMANEÇA

   Senhor e Deus meu,

   Permaneça brilhando em meu viver,

   Não quero que a luz se apague,

   Permaneça mostrando o futuro,

   Não deixe que o passado engane o presente,

   Permaneça guiando meus passos para perfeição,

   Não permita que caia nos buracos da ilusão,

   Permaneça ensinando ao meu coração,

   Não quero ser reprovado na escola da vida,

   Permaneça transformando meus pensamentos,

   Não deixe que impurezas cegue o entendimento,

   Permaneça mudando o meu modo de agir,

   Não permita que a adversidade atrapalhe,

   Permaneça moldando meu caráter em santidade,

   Não quero perder a coroa da salvação,

   Permaneça com sua eterna presença.






ATALHO, CAMINHO DO INIMIGO



onteúdo enviado pelo internauta Rodrigo Stankevicz
Jesus, sempre quando nos convida a caminhar em Sua intimidade de Amigo, nos oferece o caminho longo, integral, porém, cheio de alegria plena e convicção da meta a ser alcançada. Observemos o que Ele disse a Seus discípulos: “Quem quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mateus 16,24). Percebemos que o Senhor nunca nos ilude com uma vida fácil, mas, como um bom Amigo, nos apresenta a verdade da vida verdadeira.
Neste santo itinerário, devemos nos despojar de nossas seguranças, pois temos Deus como penhor da esperança para ser colocado, em primeiro lugar, em todos nossos empreendimentos.
A poetisa goiana Cora Carolina nos ajuda a compreender este sentido da caminhada: “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher.” Embora seja desafiante a proposta do Filho de Deus, difícil não é iniciar a caminhada junto d’Ele, mas está, justamente, na perseverança, pois, a cada passo dado, o peso da cruz se faz sentir, os desejos descabidos incitam a concupiscência. Então, é hora de olhar fixo para o Senhor e seguir adiante, sem receios da escuridão, pois quanto mais avança a noite, mais próximos estamos da aurora.
Assim, deste o momento da escuta, até a perseverança na caminhada, precisamos pautar nossos corações nesta convicta decisão, pois tudo é uma grande adesão Àquele que cumpriu perfeitamente o que lhe foi proposto pelo Pai. Desta maneira, servir não é mais um peso, mas se torna um privilégio diante da grandiosidade do Senhor que convoca. A decisão de prosseguir, na longa estrada da vida, faz-nos deixar os atalhos da facilidade e abraçar o caminho integral, ornado de altos ideais. Estes atalhos foram criados pelo inimigo da cruz de Cristo, pois neles encontramos um caminho suave, sem muitas dificuldades, repletos de prazeres, desordem e rebelião.
“A decisão de prosseguir, na longa estrada da vida, faz-nos deixar os atalhos da facilidade e abraçar o caminho integral”
Os atalhos conduzem à superficialidade; quem aderiu a eles, optou por não se aventurar nem adquirir a sapiência vinda da experiência de vida; preferiu queimar etapas importantes para ficar estagnado na comodidade. Neste caminho de atalhos, não há lugar para correções, obediência, prudência, castidade, etc. Estas qualidades são próprias daqueles que aceitam peregrinar na companhia de Jesus. Caíram muito, contudo levantaram imediatamente, não se deixaram enganar pela semente daninha semeada pelo inimigo na estrada do bom samaritano.
Interessante que os atalhos criam uma falsa ilusão de caminho percorrido, de vitória e conquista. Ao contrário do caminho árduo, eles estão cheios de emboscadas do inimigo. Um detalhe importante é que, nas trevas gerada pelo atalho, nada se enxerga. Um feixe de luz é o suficiente para causar espanto e medo, pois o oculto pode se revelar; a mentira, de uma vida de aparências, pode eclodir; a trapaça oculta pode ser revelada; a corrupção, o furto, a vida fácil podem desmoronar, o suborno pode vir à tona, etc. Suas consequências são surpresas más. Quem trilha este caminho acaba se frustrando facilmente e levando uma vida sem rumo e sem sentido.
Se você se decidiu pelo atalho, ainda há tempo de voltar e percorrer a via amorosa de Cristo, pois com o Senhor sempre há chance e novas possibilidades, sempre há um novo caminho em Seu amor. Se você, alguma vez, experimentou o caminho mais curto, arrependa-se e não olhe para trás. Caso esteja, no meio do caminho fácil, volte e permaneça no caminho estreito.
Os bons discípulos ouvem a palavra do Bom Pastor e as coloca em prática, pois sabem que Jesus Cristo não promete uma via branda; pelo contrário, propõe uma avenida de sacrifício, contudo, repleta de felicidade plena, a qual não nos decepciona quanto ao prêmio que, na eternidade, conquistaremos. Onde houver luta, haverá coroa! Sendo assim, “corramos com perseverança ao combate proposto, com o olhar fixo no autor e consumador de nossa fé, Jesus” (Hebreus, 12,1), pois Ele se denominou como “o Caminho, a Verdade e a Vida, e ninguém vai ao Pai senão por Ele” (João 14, 6). Não há outro caminho para chegar ao Pai, não há outra verdade que possa ser relativizada. Só há uma vida, a vida em Jesus Cristo.

A CASTIDADE NOS ENSINA A AMAR



Conteúdo enviado pelo internauta Thiago Thomaz Puccini (Jovens Sarados - Missão Barra Funda)
O namoro atravessa, no decorrer dos anos, um caminho obscurecido pelo surgimento e fortalecimento de novos costumes. Atualmente, aceita-se um relacionamento mais liberal, no qual o casal pode se aprofundar na intimidade física e experimentá-la ainda antes do casamento. No entanto, temos outra opção: a castidade. Essa é a luz que o Senhor nos deu para controlar nossa inclinação aos prazeres carnais. Tal virtude moral é capaz de proporcionar um relacionamento saudável, íntegro e, portanto, dentro daquilo que Deus deseja para nós. Logo, há diversas razões para cultivar a castidade.
A abstinência sexual permite que o casal se concentre no conhecimento mútuo, em compartilhar alegrias e tristezas, pontos de vista e experiências. Assim, são criados laços de amizade e, por consequência, o diálogo.
Não conhecer o outro profundamente pode levar ao desencantamento, ao desinteresse e até à procura de pessoas que possam trazer maior satisfação. Além disso, a busca pelo ato sexual, ou simplesmente por carícias, pode ofuscar gradativamente outras formas de comunicação entre os namorados, inviabilizando o desenvolvimento da relação.
Um aspecto afirmado por alguns jovens é o de que as relações sexuais podem prolongar um relacionamento que se tornou indesejável ao longo do tempo. A castidade facilita o rompimento de um vínculo afetivo, pois não houve demasiada intimidade física.
O fato de ser casto evita confusões, sentimentos de culpa e estresse, além do arrependimento por ter feito algo que não deveria.
Muitos são e/ou serão zombados por causa dessa escolha difícil. Poderão ser caracterizados como frouxos, frágeis; no entanto, como Felipe Aquino escreveu em seu livro ‘Namoro’, “a grandeza de um homem não se mede pelo poder que possui de dominar os outros, mas pela capacidade de dominar a si mesmo”.
Mahatma Ghandi, um célebre indiano, dizia: “A castidade não é uma cultura de estufa. Ela é uma das maiores disciplinas, sem a qual a mente não pode alcançar a firmeza necessária”.
“A abstinência sexual permite que o casal se concentre no conhecimento mútuo” Thiago Thomaz
Um ponto crucial do namoro é aprender a amar. Mas como uma pessoa pode amar se não tem posse de si mesma? Por isso, o domínio de si é fundamental para alguém ser capaz de doar-se aos outros. A castidade, portanto, não é uma privação, é uma doação,  uma expressão nobre do amor. Para praticá-la, “vigiai e orai para que não entreis em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26,41). Logicamente, é necessário evitar também situações oportunas, além de frequentar a comunhão e a confissão.
A Igreja Católica deixa clara a sua posição sobre o sexo antes do casamento: esse ato é o instrumento da expressão do amor conjugal e da procriação. Portanto, somos convidados a viver a castidade. Somos livres, porque podemos fazer a melhor escolha.
Reflita e opte por aquilo que você deseja para sua vida!

POSSO DEIXAR DE SER TÍMIDO?



Conteúdo enviado pelo internauta Paulo Franklin
A timidez é, muitas vezes, encarada como um estigma, uma ferida difícil (ou impossível) de curar. Quem traz este mal não se dá conta dos problemas que a timidez acarreta e prossegue vivendo nela como se fosse bom viver assim. Para início de conversa, é preciso esclarecer que ninguém nasce tímido. A timidez, assim também como o senso de humor, se adquire ao longo da vida. E é sempre possível deixar de ser tímido.
Quem é inibido sabe muito bem o quanto é difícil viver num mundo de desinibidos, pois lutam para viver por igual, mas insistem em acreditar que não são tão importantes assim. Acusam-se, dia e noite, policiam as palavras e temem decepcionar as pessoas ao seu redor. A timidez os faz “heróis de mentirinha”. Querem agradar a todos, mas vivem se decepcionando. São bondosos com a humanidade, mas injustos com seu mundo interior.
O tímido acha que todos estão reparando nele, por isso tem medo de se mostrar. Escondido na sua timidez, evita os relacionamentos, pois teme a decepção. Ainda não compreendeu que só mesmo a espontaneidade é capaz de quebrar o gelo do individualismo e nos tornar mais felizes. A timidez é tão traiçoeira que atinge até mesmo pessoas dotadas de uma inteligência ímpar. Sei de tímidos sábios para assuntos acadêmicos, mas analfabetos para os relacionamentos. Sabem lidar com os livros, mas são engessados diante das pessoas.
Ninguém pode se conformar com sua timidez e se condenar a morrer assim. Sei, por experiência própria, o quanto deixamos de viver e aproveitar a vida por culpa da inibição, do excesso de policiamento. Vivemos num mundo de imperfeitos e, por isso mesmo, deveríamos nos permitir mostrar aos outros exatamente aquilo que somos, pois sem isso estamos vivendo numa redoma de solidão. Ninguém merece viver assim.
É possível, sim, deixar de lado a timidez e viver em plenitude. Muitas vezes, faz-se necessário um tratamento psicológico e/ou filosófico, mas dependerá muito do tímido querer e lutar para abandonar o vício medonho da vergonha. As pessoas ao nosso redor são importantíssimas para a cura. Amizades verdadeiras abrem as portas do nosso coração e nos permitem ver a vida com mais suavidade, exatamente da maneira como os desinibidos conseguem enxergá-la.

JESUS NOS AJUDA A REESCREVER NOSSA HISTÓRIA



Conteúdo enviado pelo internauta Daniel Freire
Uma das coisas boas da vida começa com o prefixo “re”: reencontro, porque nele temos a possibilidade de relembrar fatos anteriores que marcaram nossa história. É o somatório daquilo que já foi bem vivido com a vida presente. Todavia, os fatos ocorridos, no primeiro encontro, é o que marca a nossa vida e se torna referência para o nosso futuro.
Isso mexe com nossos afetos; com isso, vamos nos descobrindo, percebendo ações e reações que, antes, não notávamos. Temos a alegria de nos conhecer ainda mais para sermos melhores. É a vida nos reapresentando a nós mesmos: autoconhecimento.
É salvífico descobrir que, ao olhar para nossa história, podemos reescrevê-la, reordenando nosso passado para o amor e, por meio dele, escrever uma nova história com outros personagens e fatos marcantes, mas sempre seremos e precisaremos ser o protagonista da nossa vida, assumi-la com toda responsabilidade para vivermos um recomeço, uma reinauguração daquilo que somos.
O recomeço acontece quando olhamos a nossa vida de outra forma ou, quem sabe, com outros olhos. O segredo de uma boa retomada é tirar o foco dos problemas, daquilo que não deu certo e aprender com eles novas possibilidades para uma vida nova. Sempre aprendemos com as situações difíceis e com elas aprendemos a reescrever uma nova história.
São justamente as possibilidades que nos levam a realizar determinadas atitudes a fim de resolvermos os nossos problemas.
Jesus tem o dom de nos fazer olhar para outra direção, tirando o foco daquilo que não deu certo para o que pode dar. Algumas vezes, precisamos ser radicais ou severos com nós mesmos para sairmos da condição de fracassados e viver o recomeço: a escrita de um novo capítulo da nossa vida. Jesus não toma essa atitude por nós, Ele nos convida a sair dela. O esforço é nosso, o convite à solução vem d’Ele.
“Jesus tem o dom de nos fazer olhar para outra direção, tirando o foco daquilo que não deu certo para o que pode dar”
Os personagens que participam da nossa história nos ajudam a enxergar melhor a nossa vida para tirarmos um bem maior daquilo que não deu certo. Viver bem o presente é ter um futuro bem sucedido.
Reencontrar, relembrar, reagir, reapresentar, recuperar, recomeçar, reinaugurar, realizar, resolver, reescrever, reconciliar: todas essas palavras são verbos, e verbo indica uma ação. Viver também é uma ação. E não há como praticá-las se não exercitarmos a ação maior de viver.
O convite de Jesus é simples e claro: chama-nos a reagir, a recomeçar a nossa vida a partir da nossa reconciliação com a nossa história. Jesus tem o poder de ressuscitar os mortos mesmo quando estes ainda estão vivos. Nós reagimos de maneira pessoal diante da ação de Jesus, e se a nossa reação for de reconhecimento da nossa verdade, pela Verdade maior acontece em nós a ressurreição: o recomeço de uma nova vida, pois Jesus é Aquele que faz nova todas as coisas, dá vida nova no lugar da velha.
A ação de Cristo é fazer com que nos reencontremos, fazendo enxergar vida onde aos nossos olhos só há morte. É nos reconhecermos pecadores, mas também filhos de Deus; é perdoar e amar a nós mesmos pelo fato de o Senhor nos ter perdoado e amado primeiro; é redescobrirmos que, a partir do nosso presente, apesar de termos errado há poucos segundos, podemos recomeçar a reescrever a nossa história.
Nós somos os protagonistas da nossa vida. Jesus é o diretor geral. Como todo filme tem um começo, meio e fim, a nossa vida também os têm. Ela já começou. Estamos no meio do filme, caminhando para o seu final. Mas nossa vida não é uma trilogia com fantasias e magias, muito menos um reality show. Ela é real, com diversas situações difíceis e complicadas, mas com a capacidade de alcançarmos vitórias, porque Deus sempre está presente nela.
Nós somos o redator da nossa vida, mas se seguirmos os passos do diretor, chegaremos à vitória, pois Ele tem um final feliz para cada um de nós: a felicidade eterna.

QUEM QUER GANHAR TEM QUE PERDER?



Conteúdo enviado pelo internauta Pedro André, sdb
Aquele que deseja ganhar o reino dos céus tem que perder a própria vida. Não é estranho isso? É o próprio Cristo quem nos exorta: “Pois quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la; mas quem perder a sua vida por causa de mim e do Evangelho vai salvá-la” (Mt 8, 35).
É intrínseco ao ser humano ajuntar coisas, a começar pelo dinheiro e pelos bens materiais para alimentar o seu orgulho, para inflar seu ego.
Há pessoas neste mundo que se acham o centro do universo; pensam que tudo deve acontecer da forma como querem, e tudo aquilo que foge à sua linha de pensamento não deve ser levado em conta ou tem pouca utilidade. Esse tipo de gente causa muito sofrimento na vida dos outros e acaba fazendo sofrer a si mesma, pois nunca está satisfeita.
Para ganhar o Reino dos Céus e dar a vida ao serviço do projeto do Reino é necessário ter disposição para perder a própria vida no sentido de que, para viver o plano de Deus, há que se esvaziar das próprias vontades, desejos, até mesmo da própria liberdade. Jesus nos diz que: “Com efeito, de que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro se perder a própria vida?” (Mt 8,36).
Esforcemo-nos por fazer a vontade do Pai. Suportemos as intempéries desse mundo, suportemos as pessoas que atrapalham nossa caminhada. A planta para crescer necessita ser podada, dessa forma ela cresce com mais força e mais vigor. Tudo desse mundo vai passar, só Deus ficará. Peguemos a mão dAquele que não passa e deixemos todo o resto para trás. Que Nossa Senhora seja nossa companheira nessa caminhada. Amém.

IDENTIFICAR O ORGULHO E ANDAR EM HUMILDADE



Conteúdo enviado pelo internauta Thiago Puccini (Jovens Sarados - Missão Barra Funda)
Cada pessoa é atormentada por determinados pecados que representam uma fraqueza a ser superada. No entanto, todos lidam com o orgulho, porque, como disse o escritor Steve Gallagher, “é uma parte inevitável da natureza caída do homem” e que difere daquilo que é Deus, portanto nos afasta d’Ele. Então, como percebê-lo?
Peço ao Senhor, assim como Davi: “Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração; prova-me e conhece meus pensamentos. E vê se há em mim algum caminho mau, e guia-me pelo caminho eterno” (Salmo 139, 23-24). Também a Maria, exemplo de humildade, que auxilia como mãe que é a enxergar tal erro.
Ao mesmo tempo, reflexões são necessárias. Um exemplo: há situações em que se sente superior aos outros (altivez)? Busca e deseja conquistar, invariavelmente, a admiração das pessoas (vaidade)? Resiste à autoridade de Deus (rebeldia)? Ofende-se com facilidade e acha que os outros são uma ameaça e prejudicariam sua imagem (autoproteção)? Não aceita correção, tornando-se inacessível ou aquele que “sabe tudo”? Há momentos em que se acha “mais santo” que os outros, só porque tem determinadas atitudes corretas (soberba espiritual)? E lembre-se, como muito bem observou o escritor Spurgeon, “ninguém tem mais orgulho do que os que sonham que não têm nenhum”.
Após esse momento de autoconhecimento, agradeça a Deus, porque, se agora as coisas são mais claras, é porque o coração abriu janelas para a graça de Jesus iluminar os lugares antes escuros.
Quando puro de coração, a miséria se torna evidente e surge o arrependimento e a necessidade incômoda de reconciliar-se com Deus. O sacramento da confissão fica à espera da pessoa. A oportunidade de começar de novo a aguarda, mas isso é só um passo para onde se pretende chegar.
É hora de mudar, de tornar-se mais humilde! Com suas palavras, Paulo orienta: “Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superior a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual para o que é dos outros” (Flp 2,3-4). Ou seja, o próximo não deve ser visto como rival, mas alguém a ser amado, com quem se pode dialogar, envolver-se e exaltar como Filho de Deus único e que tem tanto a nos ensinar.
Por fim, falo de mim mesmo. Confesso que a busca pela humildade tem me ajudado a enxergar minhas atitudes erradas em casa, no trabalho, na minha participação na Igreja, no relacionamento com o próximo e, principalmente, com Deus. Tento ajustar-me nem acima nem abaixo, mas no lugar certo. Como é difícil! Contudo, não é impossível, ainda mais com o Senhor ao meu lado.
Que tal você fazer esta experiência também?

LIDAR COM O SOFRIMENTO


Conteúdo enviado pelo internauta Thiago Puccini
A vida é como uma rosa: bela e encantadora. No entanto, como toda rosa ela também tem seu espinho: o sofrimento. Muitas vezes, nós nos perguntamos: “Por que isso acontece comigo?”, “Por que eu tenho de sofrer?”, “Onde está Deus neste momento?”. É comum nos indignarmos com as dificuldades.
Entretanto, antes de tudo, precisamos avaliar se o que se passa em nossa vida é  uma circunstância crítica de fato. Quantas vezes criamos uma tempestade em um copo d’água por pouca coisa! Isso acontece quando nos falta calma para refletir com clareza.
“Permaneça firme na dor” e “aceite tudo o que lhe acontecer” (cf. Eclo 2,4). Independente do tamanho do seu problema, há pelo menos um modo de resolvê-lo: revista-se de esperança e lembre-se de que Deus é justo e está contigo.
As lágrimas só valem a pena quando são usadas para regar o nosso jardim, pois a tristeza ininterrupta nos leva para o mar da depressão.
O poeta Paul Claudel disse que “Cristo não veio abolir o sofrimento nem mesmo explicá-lo; mas lhe trazer a plenitude da Sua presença”. Por isso, quem sofre com Cristo, sofre em paz. Em situações de descontrole, a oração é um remédio. “Não te perturbes no tempo da infelicidade” (Eclo 2,2).
Determinadas situações acontecem, porque o Senhor quer nos mostrar algo. Como afirma Santo Tomás de Aquino, “todas as obras de Deus procedem de sua bondade para felicidade dos bem-aventurados”.
“As lágrimas só valem a pena quando são usadas para regar o nosso jardim, pois a tristeza ininterrupta nos leva para o mar da depressão”
Nosso Pai age em nossa vida para nos ajudar a alcançar nosso amadurecimento e salvação. O emprego perdido, o término de um namoro, a ocasião não aproveitada. Todas essas ocorrências são boas oportunidades para refletirmos. Deus é justo e não nos abandona. “Sofre as demoras de Deus (…) a fim de que, no derradeiro momento, tua vida se enriqueça” (cf. Eclo 2,3).
Antoine de Saint-Exupèry, escritor do famoso livro “O pequeno príncipe”, é sábio em suas palavras: “A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória propriamente dita”. A superação é um dos maiores contentamentos que o homem pode ter. O sofrimento é inevitável, no entanto, o que importa é aceitar a realidade e encará-la corajosamente.
“Põe tua confiança em Deus e Ele te salvará” (Eclo 2,6). Seja persistente e não se deixe resignar. “Orienta bem o teu caminho” (Eclo 2,6). Assim você será mais forte e preparará sua alma para futuras provações.



Lidando com as crises


“A maior ciência não é descobrir novas galáxias ou novas partículas nucleares, mas a descoberta dos segredos dos corações e a sabedoria de compreendê-los”.

Como seria bom se – ao puxarmos a folha do calendário do dia anterior – fosse para o cesto de lixo todas as nossas maldades, problemas e tristezas vividos. Contudo, nada disso acontecerá se, ao iniciar um novo dia, não nascer também em nosso coração o desejo de traçar novas metas ou corrigir outras, nas quais não obtivemos bons resultados.

Apenas “mentalizar” as mudanças que desejamos, sem agir para que estas aconteçam, de nada resolverá.

Viver mudanças, certamente, exigirá de cada um de nós esforço e dedicação, pois, conhecemos nossas fraquezas, medos, inseguranças e incapacidades. Talvez, deixar as coisas como estão seja a atitude mais fácil, rápida, indolor e cômoda. No entanto, estabelecer vínculos de intimidade com os velhos hábitos – que nos aprisionam e nos fazem infelizes – não será uma atitude muito inteligente.
Muitos de nós arrastam situações que não prometem crescimento. Agindo dessa maneira, vamos colocar nossa vida na direção de mais um período de frustrações. A força de que precisamos – para assumir nossas mudanças – vem de Deus.

Podemos assumir novos posicionamentos apenas quando fazemos a retrospectiva sobre aquilo que temos vivido sob a luz d’Aquele em que todas as coisas têm consistência. Tomando posse dessa verdade – de que Deus fala conosco por meio dos acontecimentos e se manifesta, também, por meio de conselhos e experiência de pessoas que nos amam – precisamos convidá-Lo para fazer parte de nossa vida. Assim, as nossas crises e dúvidas agora passam a ser partilhadas com Ele.

Se quisermos que os nossos planos tenham consistência, que venham a perdurar por muitos anos e nos sintamos realizados neles, precisamos romper a casca, onde pensamos estar protegidos, e convidar o Senhor para participar dos nossos sonhos, orientando-nos e nos auxiliando a executá-los.

Saber "lidar com as crises” é também refletir sobre alguns pontos fundamentais para o bom convívio humano. Entre eles, destacamos a ciência de que um bom relacionamento é “uma via de mão dupla”, na qual um precisa respeitar o outro para que o entendimento aconteça.

Que Deus abençoe a nós todos na aventura do bem-viver.

Dado Moura
contato@dadomoura.com
Dado Moura é membro aliança da Comunidade Canção Nova e trabalha atualmente na Fundação João Paulo II para o Portal Canção Nova como articulista. Autor do livro Relações sadias, laços duradouros e Lidando com as crises
Outros temas do autor: www.dadomoura.com
twitter: @dadomoura
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O que é a aridez espiritual?

Terça-Feira, 25 de setembro 2012


A vida espiritual também é permeada por tempos de aridez, falta de gosto pelas coisas de Deus, solidão, desânimo... Nesses períodos, somos privados das consolações sensíveis e espirituais. Isso, mesmo que nós não entendamos, favorece nosso crescimento na vida de oração e na prática das virtudes. Apesar de muitos esforços, de disciplina na vida espiritual a pessoa, ao passar por esses momentos de deserto, não sente gosto na oração; ao contrário, experimenta-se nela o cansaço, o desânimo, a ausência da presença de Deus, como se Ele tivesse se esquecido de nós e o tempo parece que não tem fim. Poderíamos dizer que a fé e a esperança estão adormecidas. A alma parece envolta numa espécie de torpor. É um tempo penoso em que não se experimenta a alegria.

Esse período de aridez nos ajuda a nos desprendermos de tudo o que não proclama o senhorio de Jesus em nossas vidas, nos ensina e nos educa a buscar a Deus por aquilo que Ele é e não por aquilo que Ele pode nos oferecer. Ajuda-nos a viver o abandono em Deus. Elizabete da Trindade, grande mística carmelita, dizia:"É preciso deixar tudo para abraçar aquele que é Tudo". A aridez espiritual ajuda na conquista da humildade, nos faz entender que tudo vem de Deus e em tudo dependemos d'Ele. O amor de Deus para conosco é puramente gratuidade. Esse tempo penoso nos faz compreender que Ele é o Senhor dos dons e os distribui segundo a maneira que lhe apraz. Não somos nós que devemos ditar as ordens para Deus, Ele é o Senhor, Ele é Deus, Ele é livre e nós somos os seus servos. Assim Deus nos purifica; sofre-se muito, mas este é um sofrimento redentor.

Aprendemos a servir a Deus sem gosto para fazê-lo. Aprendemos a buscá-Lo em todos os momentos. Aprendemos que nossos olhos devem estar fixos n'Ele. Assim, o Senhor robustece a nossa fé, nos impele a não desistir na busca da prática do bem e ensina-nos o caminho da constância como ocorreu com Santa Teresa d'Ávila, que durante anos teve dúvidas da presença de Jesus na Eucaristia, mas nem por isso deixou de fazer a Adoração Eucarística.

É por meio desse exercício que se fortifica a virtude. Costumo dizer para os meus filhos na Canção Nova: "10% é de inspiração e 90% de transpiração".

Deus o abençoe!

Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova